sábado, 3 de janeiro de 2009

Infortúnios Conjugais

Já era quase meia noite e Leonardo não chegava. As crianças jaziam na cama como q furibundas de uma divertida tarde na casa dos avós. A rede globo como numa competição por audiência, apenas insistia em mostrar os acontecimentos mais catastróficos do dia , apesar de nada parecer mais catastrófico do que sua própria vida.
Então Ana olhava para o seu retrato de casamento, aquele que todo mundo tem no centro da sala pra mostrar que a união é o fim daquele lar, e murmurava dentro da alma cada segundo do dia daquela união.
Pensava no pq daquele sim, pensava na causa de cada vez q tinha deciddoa a se manter atrelada a quem se ama, apesar das adversidades, que com certeza todos os casais compartilham (claro que de maneira distinta), mas que pareciam ser infindáveis naquela momento.
Ela sabia que amava aquele homem, mas devido as circunstâncias se sentia confusa. Todas as vezes que se lançara num relacionamento novo, ela só pensava na companhia, uma espécie de carência ou insegurança que a motivava a se relacionar.
Mas com o Leo td tinha sido diferente. ela não mais temia um abandono ou necessitava incansavelmente a compreensão dele. Foi como se tivesse plenamente segura e talvez, apenas dessa vez, ela tivesse tido um relacionamento racional com alguém. talvez por isso ela tenha se decidido por casar. Por ter visto q aquilo tinha tido algo de diferente dos outros, algo que verdadeiramente a fazia se sentir especial, algo que realmente valia a pena de ser vivido.
Mas então ela se casa e se vê frustrada, talvez por não ter o q sempre teve dos outros caras ou talvez por não ter o que ela sempre achou necessário ter: companhia
e exatamente como 1 palavra mágica, o pensamento nesse advérbio fez a maçaneta da porta se movimentar seguido de dois fortes cliques seguidos na campainha.
de repente todos aqueles sentimentos ruins dão lugar ao sentimento terno de esperança e ela levanta rapidamente para abrir a porta. Alguns momentos antes ela para no meio do caminho e pensa na loucura que era sair correndo para os braços de um homem que parecia nem se importar com ela (apesar de ser exatamente essa a vontade)e pensou logo num bando de desagradáveis acusações e exigências para fazer. Pensou na irresponsabilidade que era deixar uma mulher só numa casa imensa, quando tudo que ela mais queria era poder dar e receber um pouco de atenção, contar dos problemas enfrentados durante o dia no trabalho, saber dosproblemas enfrentados por ele durante o dia e fazer alguns projetos para o semestre seguinte, mesmo que esses não saíssem do papel. Pensou na irresponsabilidade de deixar duas crianças irem dormir sem 1 beijo de boa noite do pai, sem uma estória de dormir para acalentá-las, tendo ela mesma que fazer todo (e sozinha) o serviço de pai, depois de fazer o serviço de mãe. nada que fosse de má vontade, pq amava mt as crianças, mas algo que ela achava q fazia parte dum relacionamento, duma família.
E então já corada de ira ela abre a porta pronta para se engalfinhar quando vê que não é o léo q está dianta de porta, mas o seu editor-chefe com 1 cara de tulipa-que-não-brotou.
-e o sentimento de supresa dá lugar ao antes tão ruborizado sentimento de ódio-