segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ao conde de Ericeira D. Luiz de Menezes, pedindo louvores ao poeta, não lhe achando ele préstimo algum

Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.

Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo

Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós , e eu fico um Rei

Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus que o acabei.

Gregório de Mattos

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