quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Da relatividade da verdade

quando eu era menor passava o dia inteiro pensando. o que nem sempre é bom.

primeiro por que a mente imaginativa se envolve num círculo passional, fazendo com que as conclusões não matenham relações diretas com as premissas, mas sim com seus interesses subconscientes.
depois pq é preciso aprender a pensar e aprender antes de pensar.
num desses meus pensamentos eu acreditei que a verdade fosse relativa, mas agora sei o fundamento de meus erros. apenas demonstrarei como é o pensamento certo.

Seja a condicional A uma premissa.
e D seja
A->B uma conclusão.

admitamos que a conclusão seja relativa.

Seja a condicional E
B->C uma conclusão.

ora, se B é uma conclusão relativa, isto é admite infinitos valores, é impossível verificar a condicional E. isso pq se B pode ser qualquer coisa, C irá existir independente do que seja, logo B não é importante para se tirar a conclusão de que B->C.

* seja uma premissa P relativa, suas conclusões são infinitas*

pergunta: se as conclusões sao relativas em qualidade e infinitas em quantidade, como se chega a conclusão de que as conclusões são relativas?

por outro lado para que servem conclusões se mesmo C é um conceito relativo?

ex.: x + y = 4

se x pode ser qualquer coisa, se y pode ser qualquer coisa, como pode ser que x + y não seja igual a qualquer coisa?

Evidentemente algumas pessoas irão argumentar:

ahh, mas x só tem valor tal nessa soma, em outras somas x adquirirá outro valor.


¬¬"

apesar de materialmente x dessa conta e o x de outra conta serem semelhantes, isso não implica que ontologicamente eles sejam a mesma coisa.

pois na verdade o x é apenas um símbolo para designar um valor que não se conhece. um valor que é sempre absoluto em cada caso. não é possível concluir que se existe um valor tal e existe outro valor tal, que exista relatividade só pq as atribuições simbólicas são a mesma.


ex.2:
Deus existe?

para umas pessoas sim, para outras não.

resposta tola.

afinal Deus existe ou não? essa resposta não faz sentido nenhum. veja pq:

Deus é o objeto do conhecimento de determinado ser.

o ser pode não ter meios de conhecer Deus diretamente (como é o caso dos homens), isto é: não podem usar de seus sentidos externos para conhecer Deus.

o sentidos do homem permitem que se conheçam muitas coisas, mas a inteligência do homem é capaz de abstrair dessas coisas noções gerais que nenhum sentido pode captar.
enfim, se um homem inferiu que Deus existe e outro inferiu que não existe, não é possível verificar a partir daí que existe uma relatividade A MENOS QUE por petição de princípio (erro gravíssimo) diga-se que é impossível chegar ao conhecimento de algo.
isso é improvável, veja pq:

se eu chego ao conhecimento de algo como a máxima: "não é possível chegar ao conhecimento de algo" como posso ignorar esse conhecimento?

evidentemente se não é possível chegar ao conhecimento de algo, nem mesmo é possível ter o conhecimento de que não é possível conhecer algo.

daí só nos resta uma opção: um dos dois está errado.
como?

de um fato tira-se uma conclusão verdadeira, porém infinitas falsas.

concluir errado é possível, por erros de lógica, por erros metafísicos, por erros cientificos naturalmente etc etc.

por erro se conclui falsidade. por erro se conclui que não ha verdade, que não há erro.
por erro torna-se o erro a verdade e a verdade um erro.

2 comentários:

Unknown disse...

ex.2:
Deus existe?

Não.

resposta inteligente.

brunofaria disse...

Muito bom o texto,
Você faz Lógica filosófica?
"S é P"

é o melhor argumento para a nao relatividade da verdade que já ouvi.

gostei. estarei sempre aqui