sábado, 13 de setembro de 2008

Ciência e Fé

Em face às grandes discussões da modernidade, a solução parece estar mais próxima do que imaginavam os filósofos do século XIX. Tudo já estava resolvido desde o século XIV, quando os filósofos escolásticos, baseados no estudo de Aristóteles e de seus contemporâneos, elaboraram as mais profundas respostas para as mais estonteantes perguntas da humanidade.
Logo após o seu esquecimento, a humanidade voltou a lançar-se em direção as respostas, mas a solução era mais voltar aos ensinamentos dos antepassados do que avançar em direção do futuro.
Ciência e Fé nunca andaram tão juntas, principalmente depois da mecânica ondulatória e das teorias de Maxwell. Talvez por isso um dos mais renomados participantes da física, o físico Albert Einstein, ignorava a fé na elaboração dos modelos físicos. Agora o trabalho é resgatar a perspectiva ocular da filosofia medieval, e provar como ciência e religião sempre andaram juntas e pelo visto, sempre andarão.









Animal Racional. É essa a definição de homem, em gênero e espécie, dada por Aristóteles antes de Cristo e que permaneceu sólida por séculos. Mas o que significa essa definição e qual o alcance de suas conseqüências?













- Da racionalidade da fé


Por racionalidade, podemos compreender, de acordo com Aristóteles, uma certa potência para conhecer a verdade e por animal, entendemos ser que se move por si mesmo. É preciso compreender que quando Aristóteles fala em ato e potência, se refere respectivamente ao estado daquilo que pode vir a ser e daquilo que é, e por movimento, a transição entre potência e ato. Sendo o conhecimento humano um certo vir-a-ser que depende da própria vontade humana, isto é: move por si mesmo, a definição animal racional cabe-lhe perfeitamente.
Sendo de natureza material, o homem pode interagir com o universo externo por via dessa materialidade e pode alcançar o conhecimento depois de ter usado dos meios materiais para abstrair a essência dos seres. Essa possibilidade transporta caráter de finalidade à forma material que o homem adquire, se por um acaso o homem fosse puro espírito e pudesse conhecer a coisa na essência dela mesma, essa matéria cognocente não teria finalidade. Nota-se que o conhecimento no homem é de alguma forma inferente e não instantâneo. O homem colhe dados cognitivos e devido à inteligência abstrai, conclui, separa, relaciona, adapta e conhece.
Quando não se pode conhecer uma coisa na sua totalidade, a inteligência faz uso da abstração, que permite ignorar conjuntos de conhecimentos que não são necessários à uma determinada conclusão. Assim quando criou-se a Teoria Magnética abstraiu-se para isso todas as outra informações a respeito de outras naturezas como por exemplo a natureza elétrica. Com essa abstração foi possível aprofundar-se de tal forma na Teoria Magnética e na Teoria Elétrica, que ao fim dos estudos pode-se comprovar um comportamento mais geral ainda da matéria: o comportamento eletromagnético. A descoberta de Teoria Eletromagnética só foi possível, pois em algum momento houve abstração da conectividade entre magnetismo e eletricidade e provavelmente se fosse concebida uma teoria eletromagnética qualquer inicialmente, os físicos topariam com dificuldades imensas para resolução dos problemas. Então a abstração não é só 1 processo útil da inteligência, mas como é um processo necessário.
Porém a inteligência do homem não pode ser infinita. Não consegue o homem conhecer através da inteligência, a natureza mais geral do universo. Essa questão está basicamente relacionada com a contingência humana (pode ser ou não ser) e com a potencialidade de que dispõe para se chegar ao conhecimento. Se o homem é um ser potencial, se a inteligência do homem é potencial, faz necessário que ele por si só não é a causa de si mesmo e que ela por si só não é a causa dela mesma. Isso reduz drasticamente a possibilidade de conhecimento do homem de infinito para finito. Se a natureza mais geral do universo contiver um grau infinito de conhecimento, não poderá o homem, nunca, alcançar sua essência. Dessa limitação é que vai surgir a fé.
Segundo Regis Jolivet (1961) em seu tratado de Filosofia, a inteligência humana não só conhece os seres externos a ela, como conhece os seres internos a ela e por isso conhece sua limitação. Isso é evidente, uma vez que se a inteligência não conhecesse a si mesma, não poderia partir do princípio arbitrário de que ela existe e então passasse a conhecer o universo exterior. Daí a inteligência encontra primeiramente sua existência, já que é a primeira coisa com que tem contato, e depois encontra a existência dos outros seres.
Ora, se conhecesse bem sua limitação, a inteligência inclina-se diante do conhecimento de algo que ela pode conhecer por si mesma: a fé, e essa inclinação exibe uma determinada humildade da inteligência em reconhecer que não pode conhecer tudo e de, admitindo existir uma natureza mais geral que não pode ser conhecida inteligentemente, poder conhecer através da fé. Nas palavras de Tomás de Aquino, a fé é a humildade da inteligência, diante da sua limitação. A inteligência se curva à fé, para encontrar respostas de grau infinito.
O que mais comprova essa situação é que desde pequenos, lidamos com a fé e isso ninguém nos ensinou (pelo contrário, buscam ensinar a falta de fé),como não ensinou a ser inteligente. As crianças confiam nos seus pais, desde a mais tenra idade, confiam no fato de que esses são realmente seus pais, confiam no ensinamento deles e vão confiando até que um algum positivista convença-o de que o traço paranóico de duvidar de tudo é menos insano do que confiar. Assim a fé é legítima.
Nas universidades, geralmente nos cursos mais ligados à área humana e área de saúde, o estudante avança em seu conhecimento apenas por fé. Quando o estudante de biologia estuda uma mitocôndria e aprende que existem mais de 200 reações em cadeia para realizar a simples queima de um anel de glicose, ele o faz por fé. Faz por fé, pois se tivesse que comprovar essa realidade levaria tanto tempo, que não haveria vida suficiente para ser feita essa prova, já que em média a mitocôndria é estudada há quase 150 anos. Dessa forma, ela confia no ensinamento do professor, e parte de onde a ciência parou para avançar em novos conhecimentos a respeito da mitocôndria, o que é mais prático e mais sensato. Assim a fé é necessária.
Nos hospitais, o paciente com enfermidades sérias, há de acreditar nos procedimentos cirúrgicos do médico responsável, bem como na eficácia dos medicamentos e na perspicácia do mesmo para que possa se curar. Se ele tivesse que averiguar com a inteligência a eficácia dos tratamentos, pode ser que ele não sobrevivesse e em casos de coma, ele tem teria acesso a esse conhecimento. Assim a fé é útil.
Ora, viu-se que a fé é legítima, necessária e útil, mas o que pode atestar em algo as noções metafísicas de necessidade e de utilidade e a noção moral de legitimidade senão a inteligência? Concluímos, portanto, que a fé, não só faz parte da mente humana cotidianamente, como está implícita nos processos intelectivos e práticos.





A fé não é só algo tangível a realidade humana, faz parte dos seus mais elevados processos e de forma mais simples do que colocam os filósofos atuais. Através da Filosofia Escolástica,descendente de Aristóteles, pudemos dissolver vários paradigmas que na realidade foram criados pela moderna filosofia quando, ao partir de princípios totalmente arbitrários, tirou conclusões mais arbitrárias ainda. Essa arbitrariedade nada mais é do que um rudimento da fé, tão contrariada pelos próprios filósofos atuais.
Partindo de princípios totalmente verificáveis, não só com algum empirismo, bem como sob a luz da razão, pôde-se obversar que a fé nada mais é do que um método da ciência e que contrariar uma atitude de fé humana, é contrariar um de suas mais nobres virtudes: a humildade.

Um comentário:

Um moça disse...

coisa complexa!


tô meio desconcentrada.. meus hormonios estão brigando comigo hj!!!

nem adianta tentar entender!!!!

depois eu volto e com QI eu leio!!!


bjins!

ta add!