sábado, 5 de abril de 2008

parte 2 foi para mim, bastante impressionante, perceber como o camille estava para mim assim como minha identificação estava pela sua música, no entanto esse é 1 processo um tanto subjetivo para se provar efetivamente a relação da obra com o autor. pretendo nesse novo texto, desenvolver critérios claros que possam evidenciar a relação direta entre a obra de arte e o autor. a) permissivismo ao mesmo tempo de se excluir as coisas que vc não admite numa obra, é preciso saber quais você permite. assim certos autores (quanto mais modernos, mais permissivistas) encontram cada vez mais aspectos para traduzir sua expressão em arte. quando você se permite usar, na música, de técnicas como o dodecafonismo, serialismo etc, você está permitindo-se usar de uma ferramenta que antes não se permitia. Alguns pretendem, com pretexto, defender-se, afirmando q tudo evolui num passo em que há alguns anos não havia ciência artística suficiente para permitir essas criações dissonantes como as que existem hoje. Mas isso é claramente 1 argumento patético. A música ocidental regada pelo cristianismo levou 1800 anos evoluindo em lentidão com suas características altamente tonais, e em 200 anos ela sofre uma evolução absurdamente caótica?? absurdo. o que se tem, meus caros, independentemente de o cristianismo ou romantismo estarem corretos ou errados, é 1 mudança de valores e parâmetros, o que vai permitir e possibilitar novas nuances na arte mundial. com o advento do romantismo, ficou explicitamente necessário expor nas obras características de seus sentimentos pessoais, o que não deixa de ser 1 doutrina existencialista, e como sentimentos pessoais são totalmente arvorados, é necessário 1 nova música, mais arvorada e mais dramática do que a "velha" música medieval/ barroca. conceitos precisam ser abandonados e recriados para se dar cabo à nova necessidade. é impossível através de canto gregoriano, por exemplo, manifestar com sentimentalismo a vida de 1 humanista, que renega Deus como o centro do universo. Enquanto o gregoriano vai buscar a expiação dos próprios pecados e a mente voltada à Deus, o Réquiem de Brahms vai buscar a explicitação dos próprios pecados e a mente voltada ao Homem, o q é 1 pecado condenado pela igreja além de ser a nova mentalidade da europa. recentemente li algumas frases de um famoso compositor nacionalista brasileiro que dizia que o papel do artista era manifestar a cultura popular do seu país no engradecimento do que ele chamava de música nacional para completar o q ele chamava de música total, senão me engano. ou seja, um papel totalmente materialista e individualista. ele considera cada país como 1 eu, e quer q esse eu se manifeste na arte para assim completar um quadro artístico mundial composto por vários eus individuais olhando para si mesmo. é 1 lástima. abandonaram então a espiritualidade, a mente voltada para a alma, para a metafísica em detrimento de coisas passageiras que sao o país e o mundo material. não foi essa a intenção de bach nos seus corais e cantatas. o famoso "evangelho segundo matheus" não é 1 tentativa de enautecer o homem, pelo contrário, é 1 tentativa de mostrar seu devido lugar como criatura limitada e temente à Deus. o que dirá do miserere mei de Alegri. sinceramente, todas as vezes q eu o escutei, me senti exatamente 1 pecador, mas com a possibilidade de perdão e necessidade de arrebatar-me ao paraíso. é essa a tentativa do autor. agora, me parece impossível, e inadequado prosseguir com esse sentimento, se em seguida à altiva obra de alegri me vem uma sinfonia 2000, composta por 1 compositor carioca, à serviço do governo federal, para comemorar os 500 anos do brasil. não é q o canto gregoriano tenha sido criado com 1 finalidade clara, nem mt menos o Brahms tenha em mente: q se foda Deus. mas a música é totalmente incidental em realação às ideias preponderantes. assim o cristianimos totalmente predominante faz gerar um tipo de música. o iluminismo vai gerar outro tipo de música, pois são ideías opostas. as idéias são geradas por 1 homem, o mesmo homem é capaz de criar obras, que acima de tudo, tem a ver mais consigo mesmo do que com outra coisa. certo amigo em contraponto à mim, opos a seguinte dúvida: chico buarque, apesar de homem, tem sido elogiado há longos anos por sua capacidade de manifestar eus liricios femininos em suas músicas. ué, independente de manifestar outros eus além do dele, a capacidade é dele, é gerada por ele, manifesta 1 idéia concebida por ele. se ele ao narrar o pranto de 1 mãe ao perder seu filho, o faz com exata precisão, apenas significa que a idéia que ele tem de uma mãe aos prantos pelo filho, é uma idéia bem próxima da realidade, embora ele nunca possa viver essa realidade, por nunca gerar 1 filho. é de extrema sensibilidade, devo confessar! (o romantismo pede isso, então dentro do sistema ele é o campeão) mas o que me parece totalmente estranho é a possibilidade de repassar à terceiros uma dor pessoal. e isso é existencialismo. sim, pq cada pessoa tem impressões pessoais da realidade, ja que cada pessoa é formada por experiências diferentes, a próxima experiência vai ser tomada de maneira diferenciada para cada pessoa. 1 certo exemplo foi quando chorei ao final do sr dos anéis. akilo me deixou totalmente maluco, como 1 pessoa simples do condado ultrapassa limites do seu entendimento num feito maior do que qq ser vivo de sua espécie jamais conseguiu fazer. depois consegui outros sentimentos com filmes em q a perseverança parecia ser a grande vencedora. então ficou claro para mim que eu mantinha estreitas relações com a perseverança. sempre admirei pessoas perseverantes e sempre kis ser perseverante, apesar de nao ser mt. assim a imagem do frodo perseverante contra o mal, só pode causar tanta emoção em mim ou em outra pessoa que tenha ideais semelhantes aos meus. é lógico q existem outros zilhoes de características evidenciadas nos personagens, que pode fazer uns ou outros se emocionarem, desde sintam um certo elo com a situação. isso me pareceu mais claro, qnd minha irmã viu o filme: um amor pra recordar. embora o filme seja emocionante, me nao me fez chorar nem 1 pouco, o q nela foi bem ao contrário. mas pq? parece q somos pessoas diferentes com experieciencias e IDÉIAS diferentes. assim nossa maneira de encarar a obra é DIFERENTE. o q é bastante óbvio. e me parece mais óbvio que se eu for pintar 1 quadro sobre o filme, eu pintaria 1 quadro diferente do dela, mas não é acaso não é 1 jogo aleatorio de dados. é q nosso raciocínio através de processos lógicos fez escolhas para determinar a natureza do quadro, que se baseam desde nossa relação com a obra até nossa necessidade de causar uma impressão própria. ou seja: FEZ DELIMITAÇÕES. no plano das idéias você delimitou o que seria necessário ou não salientar.

Nenhum comentário: